Bolsonaro não tem forças para segurar primeiro lugar

CEPESP  |  4 de julho de 2018
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Jairo Pimentel aposta em enfraquecimento do candidato do PSL

Jair Bolsonaro (PSL) e Lula (PT) não devem disputar o segundo turno das eleições presidenciais. Bolsonaro, que aparece em primeiro lugar em cenário sem Lula, não consegue manter a dianteira por falta de recurso partidário e político. E Lula, porque é provável que tenha candidatura cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É no que acredita Jairo Pimentel, cientista político e pesquisador do Cepesp. “Ele (Bolsonaro) tem pouco tempo de TV, pouco recurso financeiro, pouca estrutura partidária e cogita ainda não participar de debates por medo de os adversários se colocarem contra ele, ou seja, possivelmente tende a perder votos”, lista Pimentel os motivos para enfraquecimento do candidato em entrevista para a Rádio Estadão.

O pesquisador diz que o percentual de Bolsonaro hoje não chega a ser suficiente para disputar o 2° turno das eleições. Segundo nova pesquisa de intenção de voto realizada pelo Ibope, quando considerada a margem de erro, o candidato do PSL empata (17%) com Marina Silva (13%), da Rede.

lula e bolsonaro
Os candidatos do PSL e do PT devem ficar de fora do 2° turno das eleições deste ano, segundo o cientista político Jairo Pimentel

Pimentel observa também que muitos pré-candidatos à Presidência vão ser “fuzilados”, porque suas candidaturas são apenas uma forma de o partido ver se esses nomes conseguem apoio expressivo do eleitorado. Dependendo das intenções de voto, as siglas pensam em coligações. “E em propô-las para partidos que tenham candidaturas mais bem pontuadas. Faz parte da barganha política eles quererem vender mais dificilmente a sua parcela de contribuição”, explica. Assim, os partidos acabam optando pela eleição legislativa, em que há maior chance de alcançarem mais retornos no longo prazo. “Entre decidir lançar uma candidatura à presidência que potencialmente não tem futuro, e pegar os recursos partidários para financiar mais deputados, os partidos menores tendem escolhem a segunda opção”, diz.

Confira entrevista na íntegra aqui.

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