
Na sua coluna para o Portal UOL Notícias, o pesquisador do Cepesp/FGV, Luiz Felipe de Alencastro, falou dos novos acontecimentos no processo de saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit.
Alencastro reflete que apesar do cansaço geral em relação ao tema, a proximidade da data final para a saída do país do bloco com um acordo, 29 de março, vem acirrando os ânimos e abalando a política do Reino Unido.
Nesta segunda (18), sete parlamentares do Partido Trabalhista, de oposição, anunciaram sua saída do partido. Apresentaram vários motivos para isso: descontentamento com a atitude do líder do partido, Jeremy Corbyn, frente ao antissemitismo e, principalmente, desacordo com a liderança partidária no tratamento do Brexit.
O pesquisador comenta que a saída não afeta a força numérica da oposição, com mais de 200 parlamentares, mas é um evento raro na história política britânica. E os problemas não estão apenas no Partido Trabalhista, é esperado que o Partido Conservador, da primeira-ministra Theresa May, também perca parlamentares, insatisfeitos com as negociações com a União Europeia.
Para Alencastro, desde a derrota no parlamento britânico do plano de May para o Brexit, o governo parece sem rumo. Diversos projetos de lei essenciais para a saída do país não foram votados, e servidores públicos foram deslocados de suas funções para lidar com o processo.
Na pior das hipóteses, ocorrerá o chamado hard Brexit, uma ruptura total entre o Reino Unido e a União Europeia, sem acordos. Nesse caso, o impacto seria ainda maior, com diversos setores importantes sendo afetados, como o da saúde. Tanto o país quanto o bloco já vêm adotando medidas para suavizar essa saída brusca, que parece cada vez mais provável.
Enquanto isso, destaca Alencastro, o Brexit continua revelando fraturas na sociedade e instituições britânicas.
A coluna completa pode ser lida aqui.