Relatório identifica obstáculos para o crescimento mais ordenado, como falta de infraestrutura e serviços públicos insuficientes, e aponta políticas para solucioná-los
O Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getúlio Vargas (Cepesp), em parceria com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), apresentarão no dia 5 de abril o Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED) de 2017 sobre o “Crescimento Urbano e Acesso a Oportunidades: um desafio para a América Latina”. O evento terá um debate sobre os principais pontos do documento, a partir das 9h, na FGV, em São Paulo.
O estudo discute os desafios que as maiores cidades latino-americanas enfrentam para o seu desenvolvimento. O CAF argumenta que a “razão fundamental” para explicar por que elas não aproveitam as vantagens do seu alto nível de urbanização é a infraestrutura inadequada e insuficiente, tanto de transporte quanto de serviços públicos, o que impede o crescimento ordenado.
Para entender esse cenário, o documento enfatiza o conceito de acessibilidade, isto é, a capacidade das famílias e das empresas de alcançar as oportunidades oferecidas pela cidade, resultando em um melhor bem-estar dos cidadãos. O principal desafio seria conseguir aproveitar os ganhos derivados das economias de aglomeração, de modo a controlar os custos de congestionamento. Em outras palavras, como equilibrar as vantagens de escala que as metrópoles oferecem e os problemas de mobilidade urbana e alto volume de deslocamentos das pessoas.
Para tanto, estão presentes no estudo questões como a distinção entre acessibilidade e densidade urbana. Nesse debate, procura-se aprofundar a investigação além da “ideia difundida de que o crescimento em extensão não é desejável, porque aumenta os tempos de deslocamento, à custa da produtividade das cidades e da qualidade do meio ambiente”.
A melhora da qualidade de vida urbana na América Latina está diretamente relacionada a um maior acesso das pessoas a mais e melhores empregos, condições de habitação, serviços públicos e privados de qualidade, oportunidades de entretenimento, entre outros. O relatório destaca o papel de políticas públicas capazes de promover o aumento do acesso às oportunidades.
O estudo se baseia em quatro áreas de políticas públicas para melhorar a acessibilidade urbana: planejamento e regulação do uso do solo, fator determinante da qualidade da habitação; mobilidade urbana; o funcionamento do mercado imobiliário, que regulariza a disponibilidade e o preço das moradias; e existência de mecanismos de coordenação metropolitana.

Participam da apresentação e discussão do relatório na FGV: Jaime Holguin, diretor representante do CAF no Brasil; Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP); Guillermo Alves, economista de investigação do CAF; Oswaldo López, economista do Brasil do CAF; Ciro Biderman, pesquisador do Cepesp e professor FGV EAESP; Daniel Da Mata, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); e Marcelo de Paula, coordenador-geral de Financiamentos Externos (COGEX) do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
O evento vai ocorrer das 9h às 12h, no auditório da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EESP-FGV), na rua Itapeva, número 474, no 6° andar. A entrada é gratuita e limitada ao número de lugares do auditório.