
Em coluna para o portal UOL Notícias, o pesquisador do Cepesp/FGV, Luiz Felipe Alencastro, analisou os coletes amarelos e os inseriu na estrutura da política francesa.
Alencastro usou pesquisa da Universidade de Grenoble para traçar um perfil dos manifestantes que há semanas protestam contra o governo do presidente Emmanuel Macron.
O movimento surgiu a partir de motoristas contrários ao aumento do preço do diesel estabelecido por Macron e rapidamente cresceu. Hoje engloba múltiplas pautas e setores diversos da população francesa.
Dentre os resultados listados por Alencastro, está a falta de contato entre manifestantes e partidos políticos. Entretanto, os manifestantes não são despolitizados e buscam acompanhar a política nacional. A maioria também é contrária à globalização e pouco interessada nas questões ecológicas.
Alencastro resume o estudo: aponta que o movimento reúne pessoas excluídas e abandonadas pelos partidos e instituições tradicionais. Os coletes amarelos também possuem problemas, como ausência de liderança organizada e a multiplicidade de queixas e demandas dos manifestantes. O que une o grupo é a insatisfação com o governo de Macron.
Alencastro comenta que mudanças na estrutura política francesa deram mais poder aos presidentes, e Macron, nesse contexto, sentiu-se livre para governar o país sem se preocupar com oposições ou revoltas.
Para Alencastro, agora resta saber se Macron aprendeu a lição e conseguirá governar a França, acalmando a forte oposição gerada pelos coletes amarelos.
A coluna completa pode ser lida aqui.