Presença do PCC numa área reduz ou aumenta a violência?

CEPESP  |  26 de fevereiro de 2019
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A existência de uma organização criminosa que controla os mercados ilegais de uma região leva à redução da violência nessas áreas?

É essa pergunta que a pesquisa Pax Monopolista and Crime: The Case of the Emergence of the Primeiro Comando da Capital in São Paulo busca responder. Ela foi realizada pelos pesquisadores do Cepesp/FGV, Ciro Biderman e Alexandre Schneider, junto com João Manuel Pinho de Mello (Insper) e Renato Sérgio de Lima (Fórum Brasileiro de Segurança Pública).

O objetivo principal era testar a hipótese da chamada Pax Monopolista: teoria que defende que a dominação dos mercados ilegais por uma única organização criminosa poderosa conduz a uma pacificação de uma região.

O teste foi feito a partir de análises da presença do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo, e se ela acarretou, ou não, numa diminuição da violência. Foram analisados os dados coletados pela Secretaria de Segurança em 510 favelas de São Paulo entre 2005 e 2009 para medir a violência nesses locais. Já para determinar a presença do PCC em uma área, considerou-se os dados do Disque Denúncia.

A conclusão foi que, em regiões dominadas pelo PCC, houve uma redução de 12% nos crimes violentos (homicídios, apreensão de armas e prisões ligadas ao tráfico), sem impacto nos crimes associados à propriedade.

Com isso, conseguiu-se concluir que os resultados são compatíveis com a teoria da Pax Monopolista e com as razões que ela apresenta para a redução da violência em áreas controladas por uma única organização criminosa.

O estudo foi publicado no Journal of Quantitative Criminology, e pode ser lido, na íntegra, aqui.

O jornal Folha de São Paulo produziu uma matéria sobre a pesquisa, entrevistando o pesquisador do Cepesp/FGV, Ciro Biderman, que pode ser lida aqui.

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