Para cientista política e pesquisadora do Cepesp FGV-SP, instabilidade política amenizará com eleições e governabilidade de candidato eleito não dependerá de ideologia, mas da capacidade de negociar com o Congresso.
Em entrevista concedida na última quarta-feira, dia 2, ao jornal Valor Econômico, Lara Mesquita analisou a crise política brasileira e as expectativas de governança do candidato que será eleito presidente da República. O primeiro turno das eleições de 2018 está previsto para acontecer no dia 7 de outubro. Entre os presidenciáveis com mais intenções de voto, com candidatura anunciada oficialmente por suas legendas, estão o Jair Bolsonaro (PSL), a Marina Silva (Rede), o Geraldo Alckmin (PSDB) e o Ciro Gomes (PTD).
Para Mesquita, as eleições de 2018 podem trazer maior estabilidade para o país ao atenuar as incertezas e o descrédito do sistema político enfrentados, nos últimos anos, pela sociedade e governos brasileiros. “Sou otimista, pode ser o começo do fim. A gente tem um cenário, desde a eleição de 2014, de falta de legitimidade de quem está no Executivo. Isso, a eleição podem amenizar. É a sensação de quem for eleito tem legitimidade para governar, seja qual for o resultado da eleição”, avalia.
Por outro lado, a pesquisadora alerta para o cuidado que temos que ter com nosso anseio por renovação e transformação do cenário político, já que o desenho institucional do país ainda não favorece mudanças significativas dessas práticas. Nesse sentido, Mesquita mostra que o presidente eleito terá que se associar ao centro para conseguir apoio e viabilizar seu governo. “Independente de ser um candidato da direita ou da esquerda, ele vai ter que caminhar, compor com o centro, essa massa cinzenta do sistema político brasileiro, para ter maioria e governar”, examina.
Confira a entrevista de Lara Mesquita na íntegra no site do Valor Econômico.
