As cidades de São Paulo, Miraflores (Peru), Montevideo (Uruguai), Quito (Equador) e Xalapa (Mexico) têm, juntas, 289 bases de dados públicos e privados relacionados à temática de desenvolvimento urbano sustentável e acessáveis pela internet. Embora a maioria das bases já esteja em formato aberto _ e portanto acessível_ há muita dispersão de dados entre as diferentes páginas de cada municipalidade na internet, há muitos projetos descontinuados e há várias bases de dados sem atualização definida.
Entre os temas mapeados, mobilidade é o assunto para o qual o conjunto das cinco cidades mais disponibiliza informações. Esta constatação, entre outras, compõe os resultados preliminares da primeira fase de um ambicioso projeto que une as cinco cidades. Ele é desenvolvido por diferentes centros de pesquisa da FGV, dentre os quais o Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp/FGV) e é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A pesquisadora do Cepesp/FGV, Patricia Mello, participou nesta quarta-feira de um seminário em Miraflores, no Peru, para apresentar e discutir os primeiros resultados deste grande projeto, que também conta com apoio do Waze, que está disponibilizando dados de mobilidade oriundos da sua plataforma.
Como a influência do big data e das novas tecnologias na transformação das cidades e de sua gestão urbana é tendência irreversível, o objetivo do projeto é fazer com que essa imensa massa de dados possa ser melhor investigada e usada para planejar melhores políticas públicas. Por isso, a primeira fase do projeto foi o mapeamento das bases já existentes, seu diagnóstico e sugestões para o aprimoramento, tanto da coleta como do compartilhamento destes dados. De acordo com Patricia, “entre a produção diária da grande massa de dados e a formulação de políticas públicas baseadas nesses dados, há um enorme caminho por ser percorrido, mas ele necessariamente passa por identificar oportunidades de uso dos dados que sejam devidamente abertos para desenhar estratégias de desenvolvimento.”
Uma etapa seguinte do projeto _ que também já foi desenvolvida e está em processo de alimentação pelas cidades _ é o desenho e a adoção de uma plataforma para armazenar, difundir e distribuir os dados para permitir o desenvolvimento de protótipos destinados justamente ao planejamento e análise de políticas públicas.
Com a plataforma em operação, seria possível, por exemplo, a partir dos dados do Waze, construir um modelo baseado em dados de velocidade e georeferenciamento do tráfego nas cidades que antecipe o risco de acidentes, explicou Patricia.
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