Depois de muitos anos, o segundo turno das eleições presidenciais pode não ser disputado pelas duas tradicionais forças partidárias: PT e PSDB. “Para a ruptura da polarização acontecer, nós teríamos que passar por uma grande crise política: sem essa condição não haveria chance de mudar o cenário em que as eleições presidências são disputadas por petistas e peessedebistas”, afirma a cientista política do Cepesp, Lara Mesquita, em entrevista ao principal jornal argentino, Clarin.
A pesquisadora acredita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participará das eleições e que essa ausência aumenta as incertezas quanto quem são os candidatos que estarão no segundo turno. Mesquita, no entanto, acredita que o candidato tucano, Geraldo Alckmin, tem chances de estar no segundo turno por causa das alianças que fez com os cinco partidos que formam o centrão.
“Esse grupo que forma o centrão tem importância por causa da estrutura partidária que tem nos estados e do aumento do tempo de televisão”, e acrescenta: “Nenhum candidato consegue visitar os 27 estados durante a campanha eleitoral, especialmente essa campanha que é tão curta”. Essas são exatamente as duas das razões pelas quais ela acha que o líder nas pesquisas de opinião, Jair Bolsonaro (PSL), estará fora do segundo turno. “Se ele perde 2% a 3% dos votos, em um cenário tão fragmentado, está fora do segundo turno”.
Íntegra da entrevista