Em seminário realizado recentemente pelo Cepesp, os professores Sérgio Praça (UFABC) e Lorena Barberia (USP) apresentaram uma pesquisa que desmistifica o senso comum de que os chamados “cargos de confiança” do governo federal são ocupados majoritariamente por pessoas com filiação partidária.
O estudo “Who gets political appointments? Party loyalty and bureaucratic expertise in Brazil” mostra que os escolhidos para os DAS – cargos de Direção e Assessoramento Superior do governo federal – são na maioria servidores públicos concursados e não pessoas com indicação política.
Segundo os professores, outra inovação da pesquisa foi pensar em quais critérios são mais determinantes para que uma pessoa consiga um cargo DAS. Para isso, foram estudados os cargos chamados DAS-4, DAS-5, DAS-6, ou seja, aqueles que têm mais responsabilidades e maiores salários.
Com base nisso, Praça e Lorena chegaram às seguintes conclusões:
1) Ser do PT é bastante importante para ter um cargo DAS-4 a 6;
2) “Administrative expertise”, isto é, ter formação específica para a administração governamental, aumenta as chances de obter um cargo DAS-4 a 6;
3) Ser do PT aumenta bem mais as chances de ter um cargo desse tipo nas agências de infraestrutura, política jurídica e presidência;
4) Ser do PT é relativamente ruim para obter um cargo DAS-4 a 6 nas agências de Política Social e Política Econômica – mesmo tendo “administrative expertise”,
Assista à íntegra do seminário: