Entrevistado pelo programa da apresentadora da TV Gazeta Maria Lydia, o pesquisador do Cepesp Cláudio Couto comenta a movimentação antecipada na esfera política brasileira por conta das eleições de 2014. “A campanha já está na rua, desde o final da eleição anterior”, diz ele.
Segundo Couto, o anúncio de FHC, de que o Aécio Neves é o “candidato natural” do PSDB, e a fala de Lula na festa de 30 anos do PT em que lançou a disputa de Dilma pela reeleição, devem ser entendidos como tentativas de resolver problemas internos aos partidos e às candidaturas.
“Quando Lula diz que Dilma será a candidata do PT, o que ele está dizendo é que ‘eu não serei candidato’. E no caso de Fernando Henrique, o que ele está dizendo é ‘Serra, por favor, não insista mais uma vez’. Os dois [partidos] estão tentando resolver problemas internos”, disse o pesquisador.
Durante a entrevista, Couto fala sobre a vantagem da campanha antecipada para candidatos da oposição e sobre o custo para o País da antecipação da campanha e seus efeitos na condução do governo. “Isso faz parte do jogo democrático. Qualquer democracia do mundo funciona assim. Agora, se um governante ficar tão preocupado com o resultado das eleições ponto que não cuide de seu governo, isso vai ser um tiro no pé”.
Couto relativiza o possível impacto da situação econômica brasileira sobre o desempenho eleitoral da presidente Dilma Rousseff e fala sobre os arranjos da oposição. Para ele, parece mais factível uma chapa entre Marina Silva e Eduardo Campos do que outra aliança discutida nos bastidores políticos, entre Campos e Aécio Neves.
“Se nós tivermos pelo menos outros três candidatos da oposição com certa força – Marina que traz a memória da outra eleição, Eduardo Campos que seria uma estrela em ascensão e Aécio Neves que está no principal partido de oposição – e se esses candidatos conseguirem dividir o eleitorado, tende a dar segundo turno”.