Em seminário realizado recentemente pelo Cepesp, o historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro falou sobre o federalismo na União Europeia e as mudanças que vêm sendo discutidas para o bloco.
O professor dividiu a sua explanação em três partes. Primeiro explicou a formação dos Estados de alguns países europeus. Em seguida, fez um breve relato de como foi constituída a União Europeia, para, por fim, falar sobre os desafios atuais do bloco.
Alencastro lembrou que a formação da União Europeia, como conhecemos hoje, foi sendo feita em etapas e que atualmente o bloco, que reúne 28 países, tem uma formação bastante heterogênea.
Segundo o professor, a União Europeia discute agora a possibilidade de adotar o modelo de um “federalismo assimétrico”. Ele explica: “Uma situação na qual fosse salvaguardado o peso dos países mais importantes e não o federalismo no seu estado puro, onde Luxemburgo, que é uma cidade, vira tão importante quanto a Polônia”.
Essa alternativa iria diminuir a integração entre os países lentamente, sem uma grande ruptura. “Poderia ter um núcleo duro, formado pela França, Alemanha, eventualmente a Holanda e a Polônia. E os outros países teriam um grau de integração menor, guardariam laços na União Europeia, mas não com todas obrigações”, diz o professor.
Alencastro fala com propriedade sobre o contexto europeu. Ainda estudante, aos 20 anos, foi morar em Paris por conta do clima de instabilidade da ditadura militar. Fez carreira no exterior, sem nunca perder a ligação com o País. Atualmente, atua como professor titular da cátedra de história do Brasil na Universidade de Sorbonne, em Paris, mas planeja sua volta definitiva ao Brasil em 2014, quando será professor da FGV.