Pesquisadores do Cepesp na Summer School: troca de experiências e espaço de aprendizado

CEPESP  |  4 de fevereiro de 2020
COMPARTILHE

Desde 2010, a IPSA-USP Summer School tem sido um espaço de formação e debate sobre conceitos, métodos e técnicas em ciência política, políticas públicas e relações internacionais, que reúne professores, estudantes e pesquisadores do mundo todo. Neste ano, a Summer School aconteceu entre 6 e 31 de janeiro.

Todos os anos, o Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getulio Vargas (Cepesp/FGV) participa ativamente destas semanas de intensa formação. Além dos pesquisadores Lorena Barberia e Jonathan Phillips, coordenadores da Summer School, Guilherme Russo foi professor assistente e outros quatro pesquisadores- Jairo Pimentel, Tainá Pacheco, Leonardo Bueno e Maria Letícia Claro- foram alunos dos cursos ao longo das três semanas.

Com aulas em inglês, a Summer School, parceria entre a Associação Internacional de Ciência Política (IPSA) e o Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (DCP-USP), é organizada em tracks, que por sua vez são divididos em cursos semanais, projetados para oferecer oportunidades de aplicar as novas habilidades e não apenas ler sobre elas. São cursos que combinam o conhecimento teórico com a aplicação prática e concreta das técnicas. Além disso, os alunos são incentivados a participar com a apresentação de “posters” de pesquisas, nos quais compartilham suas ideias e recebem feedback dos professores e colegas.

Jonathan Philips, Jairo Pimentel, Lorena Barberia e Guilherme Russo na Summer School

Para Guilherme Russo, a Summer School “é uma oportunidade única de trabalhar lado a lado com professores renomados que conhecem a fundo as melhores práticas de pesquisa, e também por poder ter um contato direto com alunos de diferentes países e estágios de carreira”.  Jairo Pimentel observa que  os dois cursos que realizou _  “Survey” e “Field Experiment” _ “foram fantásticos tanto na parte prática, quanto na teoria”, enquanto Letícia Claro, que participou pela terceira vez, sente que “a cada ano a escola melhora ainda mais”. Essa foi a mesma percepção tida por Leonardo Bueno, que após ganhar um dos prêmios nos pôsteres do ano passado, ganhou um track inteiro em 2020. Para Tainá Pacheco, por usa vez, a combinação de professores muito preparados e solícitos, pesquisadores interessados vindos de diferentes partes do mundo e combinação de teoria e prática fazem a diferença na Summer School.

Leia os depoimentos dos pesquisadores do Cepesp e vc pode saber mais sobre a Summer School (e ficar de olho para 2021) no site da escola (http://summerschool.fflch.usp.br/)

“Esta foi a segunda vez que participo como teaching fellow (assistente de professor) da IPSA-USP Summer School. Ser teaching fellow é muito gratificante, porque é uma oportunidade única de trabalhar lado a lado com professores renomados que conhecem a fundo as melhores práticas de pesquisa, e também por poder ter um contato direto com alunos de diferentes países e estágios de carreira. Neste ano, fui teaching fellow pela segunda vez do curso de “Survey Experiments” com o professor Mark Pickup, da Simon Fraser University, e no curso de “Comparative Survey Analysis” com o professor Laron Williams, da University of Missouri. Em ambos cursos, liderei os laboratórios na parte da tarde onde aplicamos os conceitos e métodos discutidos nas aulas do período da manhã. Colocar a mão na massa é fundamental para fazer com que o material realmente entre na nossa cabeça, e a hora perfeita para tentar coisas novas. No final de cada curso, os alunos apresentam pesquisas próprias, enquanto a turma e os professores dão feedback individualizado: é o auge de cada semana. Que venha a Summer School de 2021!”

Guilherme Russo

Os dois cursos que realizei, o de “Survey” e “Field Experiment”, foram fantásticos tanto na parte prática, quanto na teoria. A qualidade do material e dos participantes foi bastante alta e enriqueceu ainda mais esses cursos. Já estava desenvolvendo pesquisas com esses métodos a partir de conhecimento obtido anteriormente em cursos no meu doutorado, mas sinto-me mais lapidado agora para desempenhar pesquisas desse tipo após essa Summer School”. 

Jairo Pimentel

Maria Letícia Claro: terceira participação

Essa é a terceira vez que participo da Summer School e sinto que a cada ano a escola melhora ainda mais. Dessa vez, participei da primeira semana do curso de “Designing Comparative Research Projects” com a Professora Allyson Benton da University of London e das duas últimas semanas de “Time Series Analysis” com os professores Guy Witthen do Texas A&M, Lorena Barberia da Universidade de São Paulo e Andrew Philips da University of Colorado Boulder. A sensação de constante aprendizado é incrível. Durante essas semanas além de aprimorar técnicas úteis à minha pesquisa, também tive oportunidade de aprender com diferentes pesquisadores de diferentes lugares. Depois desse intenso contato sei que estou mais capacitada para seguir nessa carreira. “

Maria Letícia Claro

Tainá Pacheco: cursos teóricos e práticos

Eu participei da Summer School no curso de “field experiment”. Para mim o curso foi muito importante, pois estou fazendo um projeto com a Prefeitura de São Paulo que usa justamente esse ferramental. O curso teve diversos pontos positivos: o professor era de uma escola de renome (LSE), tinha muita experiência no assunto, tinha um material muito organizado e claro e dava a aula em inglês (isso era básico do curso, mas é raro fazermos aula em inglês no Brasil). Ele foi em solícito e se mostrou à disposição para conversar sobre nossos pontos de pesquisa mesmo depois do fim do curso; a sala reunia alunos de várias partes do Brasil e do mundo, e todas as pessoas eram muito interessadas no assunto; o jeito que o curso era estruturado foi muito bom para o aprendizado: tínhamos aulas teóricas de manhã e práticas de tarde. Isso não é comum nos cursos que temos aqui, é difícil ter a parte prática com a programação; e por fim, outra coisa legal do curso foi que tivemos que pensar no nosso experimento (aplicar o que aprendemos).”

Tainá Pacheco

Leonardo Bueno: troca de experiências dentro e fora da sala de aula

“Essa é a segunda vez que participo. No ano passado eu fiz uma só matéria de multimetodos, a última do track de multimetodos, inferência causal e como misturar métodos qualitativos e quantitativos. Era mais como usar métodos qualitativos para complementar métodos quantitativos. Foi muito legal e eu participei de uma sessão de posters e ganhei um dos prêmios de melhor poster. Como contrapartida, eles me bancaram um track inteiro [três semanas, um curso por semana] esse ano. Eu escolhi um de inferência causal. Na primeira semana, o curso foi de ‘field experiment’, depois ‘survey experiment’ e no fim ‘making causal critics’. Eu achei muito legal todos os três cursos, o track inteiro. Achei que melhorou bastante a escola de um ano para o outro, foi legal ver essa evolução. Uma das coisas mais legais deste ano foi que a turma era bem forte, os pesquisadores realmente conheciam bastante do assunto e o nível das aulas pode ser mais elevado em relação à 2019, quando eu achei que os alunos não tinham um conhecimento prévio tão sólido quantitativos que permitisse avançar na discussão dos métodos qualitativos. Em 2020 todo muito estava bem mais preparado e as discussões foram bem altas e foi muito legal essa troca com os pesquisadores. Tinha gente do Japão, da América Latina toda, dos Estados Unidos, mas a maioria era do Brasil. Foi muito legal trocar essa experiência dentro e fora da sala de aula. Os três professores também eram muito bem preparados e muito comprometidos, e é muito bom ter essa conexão a nível internacional. Eu gostei bastante das aulas e pude aprender muito!”

Leonardo Bueno


Deixe seu comentário
leia também
Veja Mais
Receba nosso feed de notícias