Estudo revela impactos positivos do Programa Mais Médicos

CEPESP  |  23 de novembro de 2018
COMPARTILHE

Dissertação de mestrado na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EESP) da economista Débora Mazetto avaliou impactos do programa Mais Médicos nos indicadores de saúde básica, hospitalização e mortalidade. A dissertação foi orientada pelo professor da FGV-EESP e pesquisador do Cepesp/FGV, Enlinson Mattos.

Matéria do jornal Valor Econômico observou que artigo produzido pela economista em conjunto com Mattos revelou que o Mais Médicos gerou impactos importantes na qualidade do serviço público de saúde.

Aumentou em 5,9% o número de atendimentos, 9,4% em consultas por médicos de atenção básica, 13,3% em encaminhamentos para atendimento especializado e 29,7% em visitas domiciliares.

Para alcançar conclusões sobre os resultados da implementação do Mais Médicos, Mazetto comparou 2.940 municípios de até 500 mil habitantes, sendo 2.210 deles participantes do programa.

mais_medicos
Foto: Arquivo/Agência Brasil

Por outro lado, o estudo não chegou a evidenciar efeitos relevantes sobre indicadores de mortalidade. Os números são em comparação com os índices das cidades não participantes do programa.

“O efeito sobre a mortalidade pode ser mais de longo prazo, e por isso não foi captado por essa análise, que considera três anos de vigência do programa”, afirma Mazetto.

O Mais Médicos foi criado em 2013 no governo de Dilma Rousseff (PT) com o objetivo de ampliar o atendimento médico em regiões carentes de serviços de saúde de qualidade. Dados do Ministério da Saúde mostram que o programa atende a cerca de 63 milhões de brasileiros.

Na última quarta-feira, dia 14 de novembro, Cuba, de onde vem 8.556 de 16.707 médicos participantes, anunciou que sairia do Mais Médicos. Segundo nota do governo cubano, a decisão foi tomada em razão de declarações “ameaçadoras” do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Bolsonaro vinha propondo também que os médicos cubanos revalidassem seus diplomas no Brasil, processo que hoje não é exigido, e que eles recebessem diretamente seus salários. De acordo com as regras atuais, o pagamento é transferido primeiro ao governo de Cuba, que repassa valor parcial aos profissionais.

Deixe seu comentário