Uma grande coligação serve para três coisas importantíssimas para um candidato presidencial, segunda a pesquisadora do Cepesp, Lara Mesquita: mais tempo de propaganda eleitoral, estrutura partidária que abrange todo o país e uma imagem de maior capacidade de governar caso eleito. Uma quarta vantagem foi apontada pela pesquisadora em entrevista à BBC Brasil: um número maior de candidatos divulgando o nome daquela coligação que disputa o Palácio do Planalto já que ele não conseguirá percorrer o país, ainda mais com uma campanha curta como a deste ano.

“O único apoio dos partidos que muitos candidatos a deputado recebem é o material impresso para campanha. Esse santinho do candidato já virá com o nome do candidato presidencial que a coligação está apoiando”, afirmou Mesquita lembrando que a máquina partidária ficou ainda mais importante este ano com a proibição das doações de empresas para campanhas políticas. Mas, e quem não conseguir fazer coligações e, portanto, tiver pouco tempo de propaganda de rádio e televisão, como é o caso dos dois primeiros colocados nas pesquisas de opinião: Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (REDE).
“Bolsonaro e Marina não foram atingidos pela Lava Jato. Se o fator anticorrupção for importante na definição do voto do eleitor, isso pode beneficiá-los”, acredita a cientista política lembrando ainda que eles podem representar o voto de protesto contra o atual governo que tem grande rejeição.
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